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quinta-feira, 6 de março de 2014

Bruno Stefhanie – UMA FIGURA FOLCLÓRICA



Por: Márcio Siqueira



         Para uns, um exibido; para outros tantos, um extravagante; para a maioria, certamente, uma figura folclórica. Pode ser tudo isso junto, e daí?! Nunca deixou de comparecer, de ser, de fazer, de insistir. Nunca se deixou abalar por picuinhas, por má vontade. Venceu e ainda vence batalhas que só poucos conseguem – É um ousado. Somente ele sabe das dificuldades e dos preconceitos que enfrentou e que ainda enfrenta para simplesmente existir. Se há alguém que pode ser um transmissor de autoestima, esse alguém é Bruno. Pouco tempo, na sua presença, é suficiente para a tristeza de qualquer um ir embora. Sua voz, gestos, sotaque e maneirismos (no bom sentido!) deixam muitos admirados. Suas frases de efeitos e seus jargões fazem até escola: quantos não os repetem! É uma figura folclórica, mesmo!

         O carnaval de Flores, deve-se dizer, e acho que poucos discordam (os que discordam, o fazem por recalque), sem sua presença perde muito do brilho, perde elegância e perde muito da alegria de Bruno, que é única e sem segundas intenções. Se há orquestra a embalar e não há ninguém na praça, ele dança e vibra. Se há uma multidão, ele baila com o mesmo entusiasmo. E acho que sei o segredo: ele dança para si mesmo. Bruno não dança para obter aplausos, nem elogios – se vierem, são secundários. Bruno dança para as divindades da música, para as estrelas e para o astro rei. Bruno, dança.
         Suas fantasias e representações artísticas nos blocos e festas carnavalescas, a cada ano, encantam e despertam em todos nós uma expectativa sobre qual será a novidade e a ousadia para o próximo dia.  O “índio”, o “mickey” e o “chapeleiro louco” já deram o ar da graça saltitando e embalando na folia de Momo. Afinal, seu compromisso e boa vontade para realizar, a cada ano, as festas momescas são dignos de nota e seu desprendimento não se limita ao esforço pessoal, vai além: seus próprios recursos financeiros são postos à disposição da alegria e da elegância carnavalesca.
         O seu bloco “Caretas Femininos”, criado pela sua mãe e saudosa Neves do Ó, jamais deve deixar de passar pelas ruas largas de nossa velha Flores, pois seus 48 anos de existência já lhe dão status de patrimônio cultural e merece o apoio de todos. Todos devem aplaudir, devem juntar-se e participar. Interessante notar que seus preparativos e desfiles são momentos que já começam deixando saudades em seus participantes...
         É curioso observar certas pessoas... Muitas nascem e vivem, apenas. Mas há outras que nascem, nascendo! Nascem porque devem-se isso a si mesmas e porque uma comunidade precisa delas, seja na política, na religião ou nas artes em geral. Bruno nasceu para quebrar paradigmas, para mostrar a muitos que, se viver é uma condição biológica a que todos são submetidos e o fazem sem esforços, conviver, porém, é que são elas e é coisa para poucos. Bruno vive e convive!
         Tomara que sua vida seja eterna enquanto durar e que sua convivência, entre nós, seja mágica enquanto existir. Que sua história seja eterna em nossa cultura e que seu brilho se estabeleça nas páginas históricas dos carnavais vindouros.

Professor Márcio Siqueira.

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