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quinta-feira, 23 de junho de 2011

COMPROMISSO NÃO CUMPRIDO


COMPROMISSO NÃO CUMPRIDO

Conta-se que um prefeito morreu e ao chegar do outro lado, teve a opção de escolha: céu ou inferno. Primeiro foi ao inferno e foi recebido com tapete vermelho, bebidas, aperitivos, viu maravilhosa estrutura de lazer, comida e bebida à vontade, belas mulheres, um lugar maravilhoso. Visitando o céu, viu um lugar sóbrio, calmo, pacato, tudo clean, sossegado. Acostumado com o agito da capital, das reuniões, das correrias, optou pelo inferno, pois era mais parecido com ele. Ao voltar ao inferno, após ter feito a escolha e sem direito a arrependimento, encontrou um lugar sombrio, gritos de horror, gemidos de dor, quente, triste, assustador. Perplexo, foi reclamar ao diabo contando que havia feito a escolha baseado no que vira ao visitar o local. Calmo e sincero, o diabo respondeu. - Estávamos em campanha pela sua alma. E tudo era permito para conseguí-la.
Na antiguidade, palavra era um código de honra que deveria ser cumprido sempre, não importava as circunstâncias. O código dos samurais japoneses expressava isso. Entre os 10 mandamentos, o sétimo era bem claro: “7. Manter sua palavra a qualquer custo.” (extraído do livro “Hagakure”, de 1716). Hoje, o que se vê é um verdadeiro esquecimento da palavra empenhada. A palavra dada é um compromisso. A palavra escrita é um contrato.
Palavra dada é compromisso assumido. Quando empenhamos nossa palavra com outra(s) pessoa (s), independentemente do assunto, sobretudo quando se trata de coisa pública, assumimos um compromisso que deve ser constitucionalmente cumprido. Houve um tempo em que o fio do bigode e a palavra dada valiam tanto ou mais do que uma escritura. Grandes negócios eram realizados na simples confiança na palavra das partes envolvidas. Cumprir o compromisso mostra o comprometimento de quem assume tal responsabilidade.
A falta de comprometimento é uma das justificativas do grande número de processos que entopem as varas cíveis e criminais da justiça brasileira. Se cada um cumprisse a palavra dada, faltaria trabalho para os magistrados, promotores e advogados...
Dignidade é pra poucos, muito menos ainda para a maioria de nossos políticos e seus asseclas, que devem, por imposição constitucional, desculpar-se do trato velhaco praticado perante à população. Quem faz o que fala que fará não pode ser repreendido, nem envergonhado, nem taxado de “falastrão”.

Márcio Siqueira – Especialista em História.

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