Quando eu paro e recordo o meu passado No Sertão, no meu tempo de menino Dentro do peito um certo desatino Toma conta d'um coração alado Que de tanto com o mundo ter sonhado E aspirado um sucesso no futuro Desligou-se d'um modo prematuro Do Sertão, do seu lugar querido E a lembrança de tudo lá vivido Me derruba, e esse golpe é sempre duro. Jakson Amorim ( autor, poeta e colaborador do Blog)
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Homenagem Postuma á Dona Expedita de Erika Cristina
Flores de Saudade
Se pretendemos cultuar a memória de familiares queridos, transferidos para o Além, elejamos o local ideal: nossa casa.
Usemos muitas flores para enfeitar a Vida, no aconchego do lar; nunca para exaltar a morte, na frieza do cemitério.
Eles preferirão, invariavelmente, receber nossa mensagem de carinho, pelo correio da saudade, sem selagem fúnebre.
É bom sentir saudade.
Significa que há amor em nosso coração, o sentimento supremo que empresta significado e objetivo à existência.
Talvez Deus tenha inventado a ilusão da morte para que superemos a tendência milenar de aprisionar o amor em círculos fechados de egoísmo familiar, convidando-nos a cultivá-lo em plenitude no esforço da fraternidade, do trabalho em favor do semelhante, que nos conduzem às realizações mais nobres.
Os que se fecham em sua solidão, exercitando indesejável vocação para o sofrimento, desconhecem o abençoado consolo, o inigualável lenitivo contido no ato de servir.
E se a saudade apertar, pressionando o coração, usemos as válvulas da confiança e da fé, conscientizando-nos de que
as ligações afetivas não se encerram na sepultura.
O Amor, essência da Vida, estende-se, indestrutível, às moradas do infinito, ponte sublime que sustenta, indelével, a comunhão entre a Terra e o Céu.
E se, homenageando nossos amados que partiram, orarmos com contrição e serenidade, conscientes de que eles não morreram, apenas partiram, haveremos de sentir sua presença entre nós, marcada por cariciosos perfumes da alegria e da paz.
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