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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Construindo nossa história



Documentário : Fundação da Vila de Sítio dos Nunes

*Este pequeno documentário relata fatos que marcaram a história da comunidade de Sítio dos Nunes; as informações contidas nestas linhas são resultado de uma pesquisa realizada no ano de 2005, pelos professores da Escola Municipal Doutor Paulo Pessoa a fim de ser tema do projeto Folclore da referida escola, todas as informações que aparecem nos texto foram colhidas através de depoimentos de membros da comunidade.

Foi no segundo quartel do século XVII que chegaram no sertão de Pernambuco os portugueses: Agostinho Nunes de Magalhães e Manoel Nunes, pai de Aniceto Nunes da Silva.
Aniceto Nunes da Silva, primogênito do Capitão – mor Manoel Nunes e sua esposa D. Francisca Coelho (Irmã do Padre João Coelho), tornou-se capitão por direitos adquiridos não somente pela casa Torre de Garcia d’Ávila com através de Cristóvão de Burgos (rico semeio de Sergipe) e grande proprietário do Sertão de Pernambuco, adquirindo a fazenda Tamboril com mais de 20 léguas de extensão subdividida em 08 grandes fazendas, uma dela irá se tornar a vila de Sítio do Nunes.
Aniceto casou-se com dona Antônia Lourenço de Aragão, prometida a ele desde que nasceu, desta união conceberam 09 filhos: Manoel Francisco da Silva, Cipriano Nunes, José Francisco da Silva, João Nunes da Silva, Antônio Leandro Nunes, Alexandre Nunes, Francisca Nunes da Silva.
A ( sesmaria) fazenda foi herdada por Aniceto e posteriormente passada de pai para filho( João Nunes). Desta forma em meados de 1748, João Nunes aloja-se com sua esposa e sete filhos: Padre Dario, Salvino, Juvenal, Emília, Simplício, Benedito e Constância. Seguindo a mesma linha de sucessão, Padre Dario herda a terra de seu pai, mas decidiu desenvolvê-la e dividi-lá com seus irmãos.
Padre Dario, filho de João Nunes, precisou ir para o Rio de Janeiro para continuar sua missão como seminarista; seus irmãos construíram moradias, cada um na sua parte cedida pelo irmão, casaram-se e tiveram filhos, essas terras foram passadas de geração para geração. Alguns formam procurar melhores condições de vida fora, mas muitos continuaram aqui. Em seguidas outras famílias foram se instalando na comunidade, por volta das décadas de 20 á 40. Com p crescimento do número de habitantes, surge à necessidade de alfabetizar; que primeiro exerceu esta tarefa foi João Dantas no Calumbí, as aulas aconteciam na casa de Daniel Nunes Duarte.
A primeira casa construída situava-se na rua velha, o meio de transporte da época era os burros e cavalos, o primeiro automóvel que a comunidade pode usufruir, pertenceu a Zé de Lúcio ( um caminhão), já o primeiro carro de passeio pertenceu a Dezinho irmão de Amaro.
A primeira feira livre foi realizada em 20 de agosto de 1923 e assim o comercio foi diversificando com o surgimento de Farmácias, Padarias (Teodomiro),bodegas(Zé Fernandes, Chá Preto), Hotéis ( Filomena), a comercialização de combustíveis, vários armazéns de algodão e duas alfaiatarias de Zé Diniz.
Fato importante: no lugar onde seria a fabrica de doces Pajeú, funcionava um hotel, chamado Fabricio que pertencia a José Diniz nos anos 50 e passou para Pedro Estima , ex-prefeito de Flores, local onde foi construída a Fabrica de doces Pajeú, com o assassinato de Pedro Estima a fabrica acabou falindo.
Neste período predominava como base econômica forte a agricultura: o cultivo de feijão, milho e algodão, na pecuária a criação de gado era predominante. Mesmo com os problemas que o pais enfrentavam frente a crise de 1932 e os problemas enfrentados frente as secas que sempre atingiram o sertão a comunidade prosperava.
Os senhores com maior poder aquisitivo eram Dario José de Goes, Juvenal Duarte, Joaquim Nunes e Tertúlino Goes. Um fato intrigante e que não existiam armazéns pertencentes aos fundadores da comunidade, todos os armazéns pertenciam aos habitantes que se alojaram por lá.
A primeira escola foi fundada em 1948 pelo estado, existiam quatro cadeiras estaduais, regidas pelas professoras Dona Prazeres, Suzana, Deusdete e Maria do Carmo. Depois com as professoras Jáe e Lurdes Fernandes. Dona Severina se destacou como professora e até hoje reside na comunidade ela lecionou entre os de 60 a 80.
Quanto a cultura: as festividades era comemoradas quase sempre em forma de bailes a caráter ou a fantasia, nas respectivas épocas: mês mariano, carnaval e São João.
O São João, principal festejo da comunidade, começou por volta dos anos de 1928 a 1930 a ser comemorado, a principio na casa Daniel Nunes Duarte.
O salão de bale onde ocorriam as festividades do carnaval, localizava-se onde hoje o correio, lá ocorriam festas deslumbrantes.
A sociedade onde hoje é a mercearia de Dona Biú, era um espaço para os membros distintos da sociedade, assim mulheres “da vida” não poderiam frequentar como também as pessoas de poucas posses. A divisão social já estava presente na comunidade.
Na década de 40, a construção da igreja e casa paroquial constituiu o principal acontecimento da comunidade, o projeto foi idealizado e trazido para cá pelo Padre e engenheiro arquiteto Holandês da ordem redentora Dom Vicente, a construção foi feita por doações da comunidade como também por mutirões, onde até as crianças ajudam em procissão a carregar os tijolos para erguer as paredes ( dentre estas crianças estavam: Expedito Porfirio, José Nunes e José Campos), a construção teve inicio em 18 de Maio de 1940 e terminou em 1942), a comunidade decidiu que o padroeiro seria São João Batista uma vez que a festa já era comemorada por todos, assim de 15 a 24 de junho o distrito esta em festa.
Antes do termino da casa paroquial, Dom Vicente ficou doente foi para Recife (capital) tratar-se mas faleceu em 1946,a comunidade terminou a construção, porém sentiu muito a falta de Dom Vicente.
Como o tempo a casa paroquial foi vitima de vandalismo e desprezo e acabou sendo destruída.
O correio veio no ano de 1943, a primeira funcionária foi Edite Fernandes irmã de Zé Fernandes.
O meio de informação interessante, era os auto falantes, distribuídos pelas ruas da vila. A energia era a motor, funcionava até as 22:00 hs durantes os anos de 1953 a mais ou menos 1965, em 1966 foi inaugurada a energia elétrica. Na existia água encanada, a principal fonte de água era da cacimba “sabonete” de onde que vinha a água de consumo dos habitantes.
A primeira pessoa a ser enterrada no cemitério foi a mãe de Benedito Simplicio.
A Primeira escola foi destruída para a construção da BR 232, época do governo de Paulo Guerra ( governador de Pernambuco), assim foi construída a atual escola que recebe o nome do governador da época Paulo `Pessoa Guerra, a primeira professora a lecionar lá foi Dona Lordes Fernandes.
A elevação de Vila para Distrito ocorreu no ano de 1952. O primeiro vereador de Sitio dos Nunes José Nunes Duarte Filho.
Em 1981, foi inaugurada o posto da Companhia pernambucana de saneamento ( COMPESA), governo de Marco Maciel.
Em 03 de Novembro de 2003, as comunidades religiosas com a participação dos demais começaram a reconstruir a casa paroquial, destruídas anos atrás, a paroquial foi reconstruída com os recursos da comunidade e é hoje um dos cartões pastais de Sitio.
No ano de 2009, na gestão de Marconi Santana foi reconstruída a praça pública que também representa a comunidade, lá os jovens se encontram para bater papo.
• A história de um lugar e parte da memória vida de todos, se você pode contribuir como alguma informação que venha a somar com a história de sítio dos Nunes, deixe seu comentário ele será de enorme importância para todos os sitiense futuros.”

Texto: Manuella Epaminondas

3 comentários:

  1. É , sem dúvida , para mim essa matéria , é de grande importancia para nos todos moradores daqui , e tbm me sinto lisogeada, pois "NUNES" é o sobrenome de meus descendentes ! Tantas coisas aconteceram nesse pequeno lugar , tantas coisas boas e ruins q ate nem é bom resaltar , mas a história de um povo , sofrido ,mas merecido desse espaço q vc postou . Na verdade , a história é muito grande... se nao resumir , dará muitos livros, mas valeu Maneula "ADOREI" .


    Faço parte dessa história!

    Boa sorte!

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  2. Oi Manú, corrigindo! Quiz dizer: "lisongeada,e "antecedentes" desculpa!

    bjim!

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  3. Gostaria de aproveitar a oportunidade para ratificar algumas informações sobre a história. O meu pai chegou ao Sítio dos Nunes em meados de 1940 vindo de Flores, onde trabalhava com o tio Pedro Estima. Aí comprou boa parte da rua principal e fundou uma mercearia (Central), tendo anexado ainda um bar e um posto de gasolina. Como tinha negócios em Flores e não podendo fixar-se no Sítio, a direção destes estabelecimentos ficou sob a responsabilidade dos irmãos Euclides e Sebastião. No fim da década, papai fixou-se definitivamente, quando fundou uma fábrica de roupas (e não uma alfaiataria) e uma loja de tecidos (desta, ficou como lembrança a famosa pedra de Zé Diniz). Em 1950, inaugurou a fábrica de doces Pagé (com G mesmo), cuja sede inicial ficava na rua que continua a da pracinha, onde também existiu uma fabriqueta de granito (não sei o nome, mas a casa ainda existe). Posteriormente, ele comprou o terreno do antigo hotel e construiu novas dependências para a fábrica, que passou a ser automatizada. Curiosamente esta teve luz elétrica alguns anos antes da vila, graças a um motor à óleo diesel (Sobre a luz elétrica, é verdade que antes da energia de Paulo Afonso, existia um serviço de luz também à motor, de propriedade de “Padeiro” e que funcionava das 17 ou 18H até as 20/21H). Veja bem que tudo isto sem qualquer ajuda de bancos oficiais. Em 1965 ou 66, a fábrica foi vendida para tio Pedro, mas logo fechou devido ao assassinato do novo proprietário.

    Texto de Luis Carlos

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