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quarta-feira, 6 de julho de 2011

O perigo do culto à personalidade

O perigo do culto à personalidade
O Culto de Personalidade ou Culto à personalidade é uma estratégia de propaganda política baseada na exaltação das virtudes - reais e/ou supostas - do governante, bem como da divulgação positivista de sua figura. Cultos de personalidade são freqüentemente encontrados em ditaduras, embora também existam em democracias . O culto inclui cartazes gigantescos com a imagem do líder, constante bajulação do mesmo por parte de seus correligionáios e meios de comunicação e muitas vezes perseguição aos dissidentes do mesmo. Muitos líderes mundiais deleitaram-se com essas “políticas”: Josef Stálin, Adolf Hitler, Mao Tsé-Tung e Getúlio Vargas tomaram medidas que levaram ao culto de sua personalidade, assim como Saddam Hussein, Nicolae Ceauşescu, Benito Mussolini, Rafael Trujillo, Kim Il-sung e Kim Jong-il e atualmente algun ditadores do Norte da África e também o nosso Hugo “por que não te calas” Chaves.
Nunca deu certo a idolatria. Em Flores, por exemplo, quem ousa criticar um político idolatrado é atacado ferozmente por ele e seus asseclas. Quando um grupo assim age toda uma sociedade perde nessa disputa. Amizades azedam, o raciocínio se embota, o debate emburrece. Mas a maior vítima do personalismo do político adorado é ele mesmo. Porque todo político que cultiva e incentiva essa prática concentra, em sua órbita, todas as honras e glórias. Todos os holofotes são para ele; todos os flashs estão em sua direção; todos os aplausos lhes são endereçados. No mês passado, em Brasília, dezenas de prefeitos e vereadores pagaram R$ 20 por fotomontagens com o presidente Lula. Falo sério! Era um evento, depois de uma marcha. O prefeito primeiro se arrumava diante do espelho para posar sozinho. Um cartaz ao fundo tinha o logotipo da marcha. Depois, no computador, a imagem era montada com a do presidente. Era a “prova” máxima da “amizade” do político com o presidente. De volta as suas cidades, a intenção se concretizava junto aos correligionários. Puro personalismo próprio e adoração interesseira... No desespero, por mais um dia de estrelismo, muitos chegam até ao cúmulo de fazer festa solene para entregar dentadura a banguela! Posturas assim, trazem dificuldades em fazer um sucessor, pois todos os aliados e/ou correligionários, que poderiam ter chances de sucedê-lo ficaram à sua sombra, foram apagados como meros coadjuvantes das cenas políticas vividas. E aí, ninguém do seu lado terá força política para dar-lhe sequência ao projeto governista, a não ser que seja um ventríloquo, que enfrente o pleito como um candidato imposto pelo cacique na intenção de apenas servir-lhe de ponte para a próxima eleição.
Além do prejuízo político, esse comportamento, fere nossa Carta Magna de 1988, que no seu artigo 37, § 1, reza:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998):
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Portanto, a publicidade dos atos de qualquer governo deve ser impessoal em razão dos interesses que o Poder Público representa quando atua. Tal publicidade é uma obrigação imposta ao administrador, não tendo qualquer relação com a propaganda eleitoral gratuita. Quando assim não se dá, sua atitude personalista pode lhe granjear uma Ação Civil Pública Por Improbidade Administrativa.
Os fiéis seguidores de tais políticos deveriam fazer a eles um favor: parar com a idolatria. Ela faz mal ao político e a seu futuro político. Faz mal ao país.

Márcio Siqueira – Flores/PE

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